quinta-feira, 1 de abril de 2010

Enfermeiros dos Açores em protesto

O descontentamento dos enfermeiros continuou a manifestar-se na madrugada, manhã e tarde de ontem com níveis de adesão à greve situados acima dos 90% , 87% e 88%, respectivamente, segundo revelou à rádio TSF/Açores fonte da delegação regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Francisco Branco, responsável do SEP nos Açores, indicou que a adesão à greve, no turno da noite, compreendido entre as 00h00 e as 08h00, superou os 90%. “No que diz respeito aos hospitais, continuamos com a média bastante alta, estando acima dos 90%. No caso do Hospital da Horta, a adesão foi mesmo de 100% durante a noite, e no Hospital do Divino Espírito Santo foi de 98%”. Segundo o dirigente sindical, o mesmo aconteceu com os centros de saúde da Graciosa, de Vila Franca do Campo, do Nordeste e da Povoação, “onde a adesão foi de 100%”. Já no que respeita ao turno da manhã de ontem, entre as 08h00 e as 16h00, a adesão à greve fixou-se muito acima dos 80%. “Nós acabámos por fechar o turno com 87% de adesão à greve nos Açores”, referiu Francisco Branco, acrescentando que “durante a manhã estavam previstos para trabalhar 614 enfermeiros e 536 aderiram à greve”. Já no Hospital da Horta a adesão foi de 91%, no Hospital de Angra do Heroísmo de 84% e no Hospital de Ponta Delgada de 83%. Aliás, de acordo com o sindicalista, o Centro de Saúde da Horta foi o expoente máximo, uma vez que os 21 enfermeiros previstos para trabalhar aderiram à greve. Mais uma vez, os números revelados pelo Governo Regional no que respeita à greve não coincidem com os do SEP. São disso exemplo, os números apresentados pelo Executivo, relativamente ao turno da manhã de ontem. Assim, segundo uma nota informativa, “nos hospitais aderiram 85% dos enfermeiros, enquanto nos centros de saúde a adesão foi de 69%”, sustenta o Executivo. No turno da tarde, das 16h00 às 00h00, o SEP volta a indicar uma forte adesão dos enfermeiros à greve. “No global dos Açores, a adesão ficou-se pelos 88% (...). Dos 134 enfermeiros escalados para trabalhar durante essa tarde, 118 fizeram greve”, revelou o sindicalista. Os blocos operatórios dos três hospitais da Região continuam a sofrer com esta paralisação, uma vez que viram-se impedidos de funcionar devido à falta de enfermeiros, tendo sido apenas assegurados os serviços de urgência. Na base desta greve estão os vencimentos de entrada na classe de enfermeiro.

Daniela braga correia
Fonte: Açoriano Oriental, 1 de Abril de 2010